Antes da partida, a viagem é imaginada pela primeira vez. Para mim, Salvador foi descoberto pela primeira vez através de sua literatura por causa do considerável trabalho de Jorge Amado.
Em uma segunda vez, a viagem é vivida. Há também muito trabalho simbólico, com literatura que o acompanha, começando pelos guias que nos levam a lugares "típicos". Por exemplo, Salvador é um relógio para voltar no tempo na história do Brasil, a história de suas raízes. É uma descoberta progressiva com o Centro Histórico (do qual falaremos mais adiante), suas igrejas e conventos. Então, é um contato com a cultura Afro-Baiana e seu universo religioso. Mas essa imagem é lançada no rosto sem suporte, sem base. Por exemplo, o baiano que tem "tradicional" seu traje e oferece turistas curiosos para entrar na joalheria "Stern". Assim, em cada fase da viagem, o viajante se alimenta de imagens, viu sua odisséia no modo imaginário.
Em resumo, viajar culturalmente é um trabalho, é uma forma de penitência que vem diretamente do mundo da peregrinação, é a distância para ir a um lugar sagrado. Assim, um paradoxo aparece. A viagem é, ao mesmo tempo, uma perda de si mesmo e uma busca de sentido: perder-se para se encontrar melhor. Estamos em outro lugar, fomos noutro local se estivéssemos lá.