O LOUCO - Gibran Khalil -

 Carnaval 2024 em Maragogipe

Alain Georges dos Santos Liquori - 26/09/1944 - 

 

O LOUCO - Gibran Khalil 

Foi no jardim de um hospício que encontrei um jovem de face pálida e formosa, e cheia de espanto.

Sentei-me no banco ao lado e perguntei-lhe :
"Por que está aqui ?"
E ele olhou-me, admirado, e disse : " É uma pergunta indiscreta ; contudo, vou responder-lhe. Meu pai queria fazer de mim uma representação de si próprio ; o mesmo queria meu tio. Minha mãe pretendia fazer de mim a imagem do seu ilustre pai. Minha irmã considerava seu marido, marinheiro, como o exemplo perfeito que eu deveria seguir. Meu irmão achava que eu tinha que ser como ele, um excelente atleta.
E meus professores também, o lente de filosofia, e o professor de música, e o de lógica, cada um queria que eu fosse senão o reflexo da sua própria face.
Desta forma, vim para este lugar. Acho mais são aqui. Pelo menos, posso ser eu mesmo".
Depois, subitamente, virou-se para mim e perguntou : " Mas, diga-me, o senhor também foi trazido a este lugar pela educação e o bom conselho ? "
E eu respondi : " Não, eu sou um visitante".
E ele disse : " Ah, o senhor é um daqueles que vivem no hospício do outro lado da muralha".
 

 

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