50 anos do Ilê Axé Opô Aganju, Lauro de Freitas, BA

 

 Telefone : (71)999342481 (a partir de Janeiro 2023)

 

 

Projeto : “Raízes & Vida Fatumbi"

 

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

 

Título: Raízes & Vida Fatumbi

 

Descrição do Projeto:

 

As mudanças nos tratamentos inclusivos para pessoas com doença mental, embora significativas, estão ocorrendo lentamente em uma demanda que agencias lideres e outras instituições voluntarias estão disponíveis, mas não conseguem atender as necessidades desse publico. é com esta intenção que a criação deste projeto visa contribuir para a inclusão, na relação de tratamento indivíduo-família-sociedade.

<Raízes et vida Fatumbi> é um projeto cujo interesse é atingir o publico em geral com deficiência psíquica e problemas psicológicos, contribuindo socialmente para sua interação e autonomia por meio de minicursos interativos com foco na Cultura Negra. Partindo do Espaço que será́ utilizado, que é o terreiro Ilê Axé Opô Aganju em Lauro de Freitas e tendo como foco a Cultura Negra e enfatizando a religião do Candomblé́ que engloba e abraça sua comunidade respeitando os limites de cada individuo e somando forcas para um bem comum.

A Associação Horta Fatumbi Comunidade mantem através do projeto <Raízes e Vida Fatumbi> com as  relações com o Terreiro de Candomblé́ Ketu Nagô no Ilê Axé Opô Aganjú do Babalorixá Pai Balbino Daniel De Paula, Obarayí, que nesta perspectiva trabalhará a essência do individuo em colaboração com profissionais de cada área especifica de cada curso como subterfugio para a interação dos participantes e a interação com o meio Social e Cultural.

Objetivo e atividades:

  • Objetivo primário:

O projeto visa, por meio da Cultura Afro-Brasileira, inserir o individuo no contexto sociocultural e sociocomunicativo de interação em sua comunidade, fazendo-o se identificar com o meio e consigo mesmo, sendo relevante o relacionamento do mentalmente prejudicados com sua vida diária.

  • Objetivos específicos:
  1. Fortalecer a autonomia em geral, visando a perspectiva de que esse individuo que aprende de forma leve e interativa e agrega sua autonomia de forma fluida.
  2. Socializar o individuo para uma tarefa adicional à sua rotina, trazendo o individuo para uma interação de socialização onde ele será́ o membro principal e sendo aquele que optar por fazer uma atividade sem nenhum tipo de pressão, ele se sentirá à vontade para fazê-lá. para realizar e no sentido de socializar.
  3. Reforçar o ato de inclusão, em sua rotina, o sujeito que antes estava inerte em uma rotina estressante poderá́ realizar suas atividades, conhecer outras pessoas e sentir que realmente pode fazer algo diferente por vontade própria.
  • As atividades propostas pelo projeto serão realizadas no primeiro ano por meio de oficinas de Corte/Bordado Costura, Dança Afro/ Expressão Corporal, Cultivo de Plantas Medicinais e Horta, Estética & Penteados Afro, Contos & Histórias da Cultura Afro-Brasileira. As Oficinas acontecerão uma vez por semana, com duração de 2 horas cada, onde haverá́ 1 coordenador que ficará responsável por acompanhar e orientar as pessoas e profissionais nas oficinas, 5 monitores (animadores) que animarão as oficinas, um kit lanche para os alunos e o uniforme (camiseta do projeto). As oficinas ministradas no âmbito do projeto devem estar sempre ligadas à cultura negra do Candomblé́ e o projeto pode se estender, por exemplo, a oficinas artísticas em memória de grandes atores que difundiram a Cultura Afro-Brasileira como Carybé ou Pierre Fatumbi Verger com fotografia. As aulas acontecerão aos sábados e os alunos poderão fazer mais de uma aula, pois serão quatro aulas por mês além da oficina de <Contos & Histórias> da Cultura Afro-Brasileira.

 

II DESCRIÇÃO DO PROJETO

Resumo do projeto

O projeto <Raízes & Vida Fatumbi> tem como base a relação individuo/comunidade, tema que aos poucos vem ganhando espaço, apesar de muitas dificuldades e preconceitos (devido ao desconhecimento da população), em virtude da socialização, o projeto tende oferecer ao portador de transtorno mental uma forma de interagir e aprender algo novo. As oficinas são voltadas para as perspectivas de sua própria realidade e de sua vivencia da Cultura Afro, cultura que faz parte de seu convívio, sendo morador da cidade de Salvador conhecida como Cidade do AXÉ devido a grande concentração de negros e a predominância do Candomblé́; e dentro desse aprendizado cultural, enfatizar para esse individuo sua importância na sociedade.

Objetivos perseguidos pelo projeto:

Considerando os vínculos familiares e comunitários, a pessoa com transtorno mental encontra-se no meio desses dois continuum, que muitas vezes não conseguem objetivar suas ações. É neste sentido que o projeto pretende evidenciar o individuo e a sua posição no ápice da vida social; ao aderir ao projeto (seja ele qual for) esse individuo consegue aguçar sua autonomia, aprender algo motivador que mude sua rotina habitual, assim, ele terá́ contato com outras pessoas que não fazem a maior parte de sua usabilidade e a inclusão será́ feita através algo agradável.

Calendário provisório

Indique as diferentes fases do projeto:

Marcos Mês/Ano

Bordado/costura: maio-junho-julho-agosto-setembro-outubro/2023

Dança afro/expressão corporal: maio-junho julho-agosto-setembro-outubro/2023

Hortas e plantações: maio-junho-julho-agosto-setembro-outubro /2023

Estética e Penteados Afro: maio-junho-julho-agosto-setembro-outubro /2023

Contos & Histórias: maio-junho-julho-agosto-setembro-outubro/2023

Paralelamente, as 4 oficinas de sábado à tarde (realizadas em conjunto das 13h30 as 15h30) entre as 13h00 e as 17h00, (2 horas cada e 1 hora de lanche e 1 hora de <Contos & Histórias> todas juntas) a oficina <Contos & Histórias> que é uma oficina transversal ao trabalho pratico das outras oficinas. Este trabalho diz respeito à benevolência de uma pessoa altamente experiente do Culto de Candomblé́, este tem a função, pela sua sabedoria e pela sua vivência do Espaço, de reunir as varias oficinas numa coerência e numa coordenação que conduzam a uma reflexão sobre a ancestralidade da cultura do Candomblé́.

Hoje, a VoVó CiCi é responsável por essa missão por meio de sua experiência como membro da Fundação Pierre Verger, mas dentro do Ilê Axé Opô Aganju outros membros da comunidade religiosa poderão intervir de acordo com sua experiência e seus conhecimentos específicos de acordo com as necessidades do campo e das exigências pedagógicas.

A médio prazo (após dois anos) contratando uma <merendeira> (pagando-a não à hora, mas ao custo/beneficio da oficina) com a preocupação de fazer as refeições de forma a criar uma oficina para crianças com problemas de alimentação criando almoço diretamente no terreiro com 4 a 5 participantes. E para financiar a criação de uma oficina: desenho & arte.

Território de implantação:

Os Ilê Axé Opô Aganju de Lauro de Freitas, Bahia, estão naturalmente “encaixados” em um bairro periférico de Salvador, sob a influência de afro descendentes de primeira, segunda e terceira geração. Para entender sua exposição e sua finalidade, é necessário entender a história deste terreiro de Candomblé́ que celebra 50 anos em 2022. Pai Balbino Daniel De Paula, Obarayí com a ajuda do francês Pierre FATUMBI Verger e outros religiosos de igual importância instalaram-se no final dos anos 60 neste local embalado pela vegetação e distante da cidade. Pierre Fatumbi Verger é um dos primeiros europeus a se interessar pela Cultura Afro-Brasileira e negra através da fotografia como forma de expressão do ponto de vista artístico e cientifico. Por ser europeu, ele já́ havia viajado anteriormente para a África, pois os afro descendentes da diáspora Africana na Bahia haviam perdido o vinculo com sua matriz africana devido à escravidão. Durante toda a sua vida impôs-se como Mensageiro entre estes dois mundos. A Fundação Pierre Verger no bairro do Engenho Velho de Brotas em Salvador está aí para proteger sua obra através de sua fotografia. O objetivo do nosso projeto visa devolver à comunidade que circunda o terreiro do Ilê Axé́ Opô Aganju um beneficio ao reconhecimento internacional do nosso Babalorixá Pai Balbino Daniel de Paula, Obarayí, e valorizou nossa identidade cultural do Candomblé de forma positiva integrando um projeto Social dentro de nossa comunidade religiosa para combater o preconceito racial e cultural. Mas a teoria é essa, hoje em 2022 o mundo do Candomblé evoluiu muito graças em especial a existência das redes sociais e da internet. De fato, em uma posição sociológica, ao desenvolver um trabalho social remunerado por meio de Oficinas diretamente voltadas para a Cultura Afro-Brasileira, o Ilê Axé Opô Aganju através de seus membros e sacerdotes que vivem no terreiro pode ajudar a manter este local e preservar nosso ambiente ecológico, social e cultural.

Descrição do(s) público(s)-alvo:

O público, formado por pessoas com problemas de socialização e problemas psíquicos, será́ estimulado a desenvolver o lado criativo de sua personalidade graças às técnicas desenvolvidas nas oficinas. O projeto não existe para substituir o trabalho de aprendizagem da escola, mas para desenvolver a personalidade do individuo através da Cidadania, da arte e da sua imaginação. Em pequenos grupos de no máximo 12 alunos para oficinas com um Professor (iniciado dentro da nossa Cultura) criará um dialogo interativo com o participante para que ele conte sua vida e suprima seus medos através do jogo criativo que a oficina desenvolveu. Ao final das quatro oficinas, realizadas simultaneamente em um espaço especifico do Ilê Axé Opô Aganju, todos se reunirão para que nossa contadora da História da Cultura Afro-brasileira faca um trabalho reflexivo, dinâmico, para que todos possam incorporar o trabalho do dia e fazer a ligação entre a oficina e a Cultura Afro-Brasileira.

O que eu acho interessante em um terreiro de Candomblé́ é que você̂ pode considerar esse espaço como uma microssociedade em escala humana. Um pequeno espaço como este em Lauro de Freitas que não seja um teatro, uma casa de espetáculos ou um local de consumo como um bar... também desenvolve uma ideia de hierarquia e do espírito comunitário.

  • O público-alvo são pessoas com problemas psicológicos, com idade entre 12 e 48 anos, com uma média de 8 a 12 beneficiados por oficina com seus respectivos tutores.

Participação de pessoas com deficiência na implementação do projeto

Obviamente, para encontrar nosso público, haverá́ um trabalho preliminar feito pelos coordenadores do projeto visitando o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) próximo a Lauro de Freitas e se identificando com as assistentes sociais do posto de saúde da cidade para poder dar visibilidade ao nosso público com a especificidade do nosso trabalho.
Mas poderemos integrar ao grupo pessoas que veem de lugares muito distantes como de Salvador por exemplo e de localidades do interior da Bahia.

  • As pessoas que estarão nas oficinas deverão ter um acompanhante, que participará ativamente e presencialmente, apresentando a carteirinha de vacinação contra a Covid-19 (mínimo 2 doses) no ato da inscrição, onde aprenderão passo a passo de cada etapa .fase de inscrição na oficina escolhido pelos professores e a Identidade (RG) do participante.

A ideia é que as pessoas que serão instrutoras dos cursos sejam iniciadas nas religiões de matriz Africana com uma experiência empírica no campo de atuação da oficina, tendo um olhar já nutrido por um saber ancestral do seu próprio aprendizado cultural no Candomblé́. A ideia é criar uma dinâmica com o participante com deficiência. Assim, a nossa cura será́ eficaz para a integração em situação de deficiência entre as dinâmicas pedagógicas numa dupla relação cognitiva entre - Conhecimento e espiritualidade -.

Descrição das parcerias.

Em "nosso" espaço ao sábado à tarde, antes dos <Contos & Histórias>, será́ reservado um momento privilegiado para que todos possam lanchar juntos. O objetivo deste momento intercalar será́ a contratação de uma cozinheira no projeto <Raízes & vida Fatumbi> para que crie uma oficina de cozinha com pessoas com problemas alimentares. Dentro do Ilê Axé Opô Aganjuu temos uma cozinha que permite este trabalho. A principio, começaremos a trabalhar com nossa equipe com o objetivo de alimentar com culinária natural e depois desinrolhar nossa herança culinária para evitar alimentos enlatados, conservantes que costumam ser consumidos por crianças de bairros pobres. A Horta Fatumbi está presente para disponibilizar nas oficinas profissionais que sejam pessoas que possam ter uma atividade profissional ou estudantes (assim além da sua atuação em terreiro de Candomblé, uma experiência em pedagogia o pelo menos o ensino do segundo grau completo será uma experiencia a mais para fazer a liderança duma oficina) e que sejam responsáveis pela administração das oficinas de forma remunerada. (e complementar sua renda com dignidade).

Todo o material da oficina será́ de responsabilidade da Horta Fatumbi Comunidade e o Ilê Axé Opô Aganju será́ responsável por providenciar o técnico em cada oficina de acordo com as prerrogativas pedagógicas e especificas de cada oficina.

Descrição dos meios de divulgação do projeto.

A Comunicação das oficinas será́ feita através das redes sociais e das páginas do Facebook & Instagram do dispositivo e do site da associação: https://hortafatumbi.org

O Projeto <Raízes & vida Fatumbi> é resultado de uma imersão no Espaço Cultural da Fundação Pierre Verger de Fabien e uma história de amizade e cumplicidade com Mãe CiCi Ebomi neste terreiro de Candomblé Ilê Axé Opô Aganju do Babalorixá́ OBARAYÍ que tem tornou-se através de muito trabalho e dedicação também o seu. Durante o aprendizado dele Minha Mãe CiCi lhe contou a história e seu vinculo fraterno com seu amigo, pai, o finado Pierre Fatumbi VERGER. Há 20 anos Fabien realiza pesquisas com Mãe CiCi e sua imersão neste sistema favoreceu a idealização deste projeto através da criação da Associação Francesa lei 1901: "Comunidade Horta Fatumbi" em 2017 em Toulouse. Por sua passagem neste Espaço Cultural, que ajudou- o a materializar a sua “recuperação” escrevendo um livro <A resiliência de um viajante de Sapatos prateados> e retomando um ciclo universitário.

Raízes & vida Fatumbi que pauta a sua intervenção através de atores das religiões de matriz Africana e que acolhe jovens deficientes em intervenções gratuitas e fora de um sistema de saúde convencional. O objetivo do projeto não é buscar medica lizar um dispositivo como o Ilê Axé Opô Aganju, mas dar um olhar e uma intervenção Cultural e Social em relação ao seu entorno sobre doenças mentais e com problemas psicológicos.

Avaliação do projeto:

Lauro de Freitas é um lugar ultra urbano e no centro da cidade perto da praia de Ipitanga, assim nosso Centro em Lauro de Freitas decentraliza a cidade de Salvador para este tipo de serviço. Nesse local da periferia da cidade de Salvador, há pouco espaço para as crianças se desenvolverem em um ambiente que fomente o imaginário. É uma área de dormitório. Criar um projeto estruturado para crianças, adolescentes, jovens adultos  com deficiências é um desafio para a comunidade. Poder financiar institucionalmente este projeto permite a criação de uma atividade GRATUITA para jovens com deficiências já em processo de absentismo escolar, estimulando assim esta população em potencial risco de futuros consumidores de drogas a caminho da marginalização.

O projeto será́ avaliado como positivo se os jovens identificados estiverem atentos à presencia nas oficinas, pois este projeto não existe para substituir o mundo escolar. Devemos estar atentos à motivação e ao interesse participativo dos jovens. Se as oficinas tiverem mais de 65% de frequência em todas as atividades, a meta será́ alcançada para todos.

– Coordenadores, professores, animadores e jovens com deficiências.

Elementos de design excepcionais e/ou inovadores

- Reconhecimento de cada oficina de profissionalização como dispositivo para futura autonomia financeira;

- Promover a continuidade da integração da sociedade em geral contra o preconceito e a discriminação;

- Promover a Cultura Afro-Brasileira por meio de projetos criativos para o bem da comunidade.

Iniciado pessoalmente em um terreiro de Candomblé́, este projeto estará́ ali com a missão de potencializar uma Cultura, promovendo a possibilidade de dois universos se alimentarem: os terreiros de Candomblé através do Ilê Axé Opô Aganju e os jovens com deficiências vistos nas franjas do sistema educacional em busca de valores morais e identitária sem necessariamente buscar um objetivo religioso para esse aprendizado, mas pode ser reencontrar uma identidade e uma paternidade genealógica perdida a recorrer do Tempo .

<Raízes & Vida Fatumbi> é um projeto iniciado pela Associação Comunidade Horta Fatumbi e subcontratada em certa medida em ligação com a Associação do Ilê Axé Opô Aganju que iremos, de certa forma, trabalhar em parceria neste Espaço Religioso (Creche de VoVó Ana e outros locais específicos do complexo) uma vez por semana aos sábados. De forma prática, os animadores do projeto se responsabilizam pelas oficinas, sob a orientação da Mãe CiCi com a ajuda dos sacerdotes presentes e os "padrinhos" do dispositivo sob a responsabilidade das duas coordenadoras do projeto (administrativo & pedagógico), deixando o material do Espaço como foram encontrados. Teremos a obrigação de preparar as oficinas em seus locais apropriados para a chegada de nossos <participantes e sementes de vida>.

Rio Vermelho CP 2102 41950-970 Salvador – Bahia – Brasil +55 (71) 9993 42484 horta.fatumbi.fabi@gmail.com

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